Veneno Remédio (José Miguel Wisnik)
“O futebol e o Brasil” pode ser considerado um livro fundamental na bibliografia futebolística. É o primeiro, de tantos lançados, que trata o futebol dessa forma.
Inspiração – Píer Pólo – Comparava o futebol europeu com a prosa e o futebol sul- americano com a poesia.
Prosa: porque exigia mais disciplina e raciocínio, o futebol europeu era de natureza técnica.
Poesia: porque os sul-americanos jogavam com maiores doses de improviso, atuando em posições não determinadas por seus técnicos. O futebol da América do Sul chama muito mais atenção.
Conceito de expressão
Vem da dupla personalidade que o esporte ocupa na percepção do brasileiro. O esporte pode ser um veneno porque aliena as massas, deixa todos acomodados com esta forma de entretenimento.
O futebol pode ser o remédio e o bem do Brasil não só porque aqui se criou uma maneira original de jogar o esporte mais popular do planeta, mas porque o futebol pode ser um meio original de pensar a nação.
Futebol sem conteúdo é comparado à religião. ( Juan José Sebreli)
As massas são “enfeitiçadas” pelo poder que o futebol e a religião impõem sobre seus públicos.
Sebreli diz que a busca pela religião pode ter alguma motivação espiritual, mas o futebol é muito mais vazio de conteúdo.
Lévi-Strauss
Rito x Jogo
No rito saímos de um desequilíbrio em busca do equilíbrio. No jogo o processo é inverso.
A capoeira com sua ginga, seu jeito, fazem de seu jogador a irreverência necessária para que jogue de forma despretensiosa.
Na Europa os jogadores são conhecidos como pessoas normais. No Brasil os jogadores são tratados como meninos prodígios ( são considerados de nossa família).